Carla M. Henriques, 11.09.24
Setembro. Chegaste barulhento. Ruidoso. Sem noção da calma e tranquilidade que preciso. Chegaste com partidas inesperadas. Reviravoltas silenciosas.
Com alguma tristeza. Desilusão. Decepção.
Continuas a dar luta. Mas eu também!
Caio. Sim. Caio. Mas sabes que me levanto logo de imediato. Não sou desistente. Já devias saber!
Hoje, encontrei as escadas para o céu. Não sei se me levarão lá. Ainda não as quis subir. Talvez por medo. Fiquei a olhar para elas. A imaginar subir cada degrau, um por um, a imaginar como seria dura a subida até ao céu. Achei que devia desistir. Talvez essa “viagem” não seja para mim. Ainda não é certamente.
Mas em sentido figurado continuo a querer chegar ao céu. Talvez por que continuo a achar que é lá, no “céu” - em sentido figurado, que reside a felicidade.
Então, sim, se essas escadas me levam a esse céu, quero subi-las. Quero subir degrau a degrau. E mesmo que a cada um que suba, a subida se torne mais difícil, continuarei.
Um por um. Um por um.
Até chegar ao fim!
Cada degrau será, para mim, um símbolo. O primeiro, o impulso para mudar; o segundo, a coragem de me libertar das amarras do medo e da tristeza; o terceiro, a determinação para não desistir perante os obstáculos e as desilusões. Os restantes os pequenos momentos de felicidade.
Fui subindo não as escadas físicas, mas as metafóricas que imaginava na minha mente. Com esta nova perspectiva, dispus-me a subir um degrau de cada vez. Uma e outra vez. Mentalmente. Não há necessidade de correr, o que importa é a disposição para continuar.
E assim, olhei para aquelas escadas, reconhecendo que: a felicidade não é um ponto final, mas um caminho repleto de descobertas. E, quem sabe, um dia eu chegue ao verdadeiro céu, mas, por agora, estou confortável em encontrar a minha felicidade nas pequenas coisas ao meu redor e esquecer o ruído que setembro me trouxe.
Setembro, ainda vamos rir juntos!
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