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[Eu sou uma longa história, sou...]

Escreve, se puderes, coisas que sejam tão improváveis como um sonho, tão absurdas como a lua-de-mel de um gafanhoto e tão verdadeiras como o simples coração de uma criança (Ernest Hemingway)

[Eu sou uma longa história, sou...]

Escreve, se puderes, coisas que sejam tão improváveis como um sonho, tão absurdas como a lua-de-mel de um gafanhoto e tão verdadeiras como o simples coração de uma criança (Ernest Hemingway)

[“eu sou mais forte do que eu”]

Carla M. Henriques, 30.05.24

Há verdades que desconhecemos até sermos obrigadas a conhecer. Sou forte. Serei sempre. Pelo menos de nome. Mas, na verdade, sou forte. Sou mesmo. Fui obrigada a sê-lo.

Acho que me tornei “dura” na queda, depois de tantas e tantas quedas que a vida me obrigou a dar. Talvez, ainda, esteja na verdade a tentar manter-me em pé depois de me levantar da última.

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Cada tombo, cada obstáculo, cada desafio na verdade foi esculpindo a minha essência, moldando a minha força interior, tornando-me diferente. A dor, a tristeza, a incerteza foram os mestres que me ensinaram a resistir, a persistir, a superar. E, mesmo nos momentos mais difíceis, encontrei em mim mesma a coragem e a determinação para seguir em frente…

Não foi fácil. Nunca é. Mas a cada queda, a cada golpe, descobri uma resiliência que desconhecia. Aprendi que a verdadeira força não está na ausência de fraquezas, mas sim na capacidade de nos reerguermos mesmo quando tudo parece perdido. E tantas vezes parece!
Mas é nesses momentos de superação que encontramos a nossa verdadeira essência, a nossa verdadeira força, levantamos e seguimos!

Hoje olho para trás e vejo todas as batalhas que enfrentei, todas as lágrimas que derramei, todas as cicatrizes que carrego. E percebo que cada uma delas faz parte da minha história, da minha jornada de vida. Sou mais forte do que pensava, mais resiliente do que imaginava.

“Eu sou mais forte que eu”!

Por isso, mesmo que a vida me obrigue a dar mais quedas, sei que conseguirei para enfrentá-las, superá-las, me reinventar. “Porque a verdadeira força não está em nunca cair, mas sim em sempre nos levantarmos”, com a determinação de quem sabe que, no final, a luz brilhará…

… e é com essa convicção que sigo em frente, rumo ao desconhecido, confiante na minha capacidade de superar qualquer desafio que a vida, ainda, me reserve.



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[a fragilidade da vida]

Carla M. Henriques, 16.05.24

Foram 15 dias passados por aqui. Neste hospital. A circular nestes corredores. Entre uma e outra visita. A ver-te. A acarinhar-te. A temer a tua partida. A acreditar na tua recuperação. A ver a vida e a morte. A fragilidade humana. A luta de alguns. A derrota de outros.

A sentir as lágrimas a correrem-me pela cara a baixo mesmo quando não o queria.
A ver dor e sofrimento. A sentir que, afinal, somos meros passageiros nisto que chamamos vida.

Tentei sempre manter a força. A coragem. A fé. A crença. Ainda tento. Todos os dias.
Mesmo quando me dizem que tenho de ser forte, apesar das pancadas da vida, e penso baixinho para mim, “Só quero não ter de ser forte. Quero ficar em silêncio e chorar até não conseguir mais”.

Mas a vida não permite. A vida não espera. A vida não para. As responsabilidades não desaparecem.
E é preciso encontrar forças onde parece não haver mais. É preciso enfrentar a realidade, mesmo quando tudo o que se quer é parar. Fugir. Mas sei que apesar de tudo consigo. Sou capaz. Consigo.

Entre visitas ao quarto branco, entre a espera, momentos de solidão, idas e vindas, a ver-te frágil, a sofrer, fui percebendo que a força não está em não sentir medo, tristeza ou fragilidade. A verdadeira força está em continuar a caminhar, mesmo quando o peso do mundo e de tudo o que vai acontecendo nos parece querer derrubar.

Mas não sou uma desistente. E por isso sigo, dou um passo de cada vez, lentamente, sabendo que a fragilidade faz parte da minha humanidade, mas a coragem de continuar é o que me mantém viva. Mesmo que por vezes só queira parar, respirar fundo e deixar as lágrimas lavarem a alma. Partiste-te. Mas continuarás presente. Sempre.

E eu vou continuar a tentar seguir devagar, gerindo os dias entre o melhor e o pior. O riso e as lágrimas, quando elas quiserem cair. A ser forte. Humana.

Afinal, é preciso ser forte, mas também é preciso ser humana. E eu também o sou! Se sou…



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[o meu porto de abrigo]

Carla M. Henriques, 09.05.24

Horas de almoço serenas...

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Ao fundo, ouvia-se a música a tocar, uma melodia suave que ecoava como uma carícia para a mente.
A música que mais adora, o som do mar a misturar-se harmoniosamente com os acordes suaves e tranquilizantes da música que tocava baixinho nos seus ouvidos. Conforme se aproximava mais do mar, bem devagar, contemplando tudo à sua volta, cada nota parecia acariciar a sua mente e a sua alma, envolvendo-a numa bolha de tranquilidade.

Quando finalmente parou e ficou a contemplar o mar, em silêncio, era como se o mundo ao seu redor desaparecesse, deixando ficar apenas aquele momento de pura serenidade.

Ali estava, no seu Porto de Abrigo, e sabia que não havia nenhum outro lugar onde quisesse estar. Era como se a música, o mar e a sua presença se fundissem numa única sinfonia, preenchendo o seu coração de paz e alegria. Aquilo que tanto precisava.

Ali permaneceu, absorvendo cada nota, cada onda que se quebrava suavemente na praia, imersa na beleza simples e pura daquele instante. Naquele lugar especial, onde a música e a natureza se uniam em perfeita harmonia, ela encontrou o seu porto de abrigo, um refúgio onde podia simplesmente ser, sem nada mais importar!



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[sou diferente. possuo alguma estranheza. uma dose grande de loucura. alguma rebeldia. um pouco de coragem. muita teimosia. alguma força. muita determinação]

Carla M. Henriques, 07.05.24

Sou diferente. Sou apaixonada por almas. Pelo interior. Não por caras. Nem pelo exterior.
Para mim, o que realmente importa é a essência de cada pessoa, o que está por trás da máscara que muitos insistem em usar. Adoro conhecer o que fica depois da máscara cair. O verdadeiro.

A beleza que me encanta não está na aparência física, na beleza, mas sim na forma como alguém se expressa, sorri, como me trata, como demonstra empatia, simpatia, paixão e compaixão.
São as qualidades do coração que me conquistam, que me fazem admirar e gostar de alguém verdadeiramente.

Não me importo com rótulos, com riquezas, com padrões de beleza impostos pela sociedade. O que me cativa são as atitudes, as palavras sinceras, a bondade que transborda de alguém. É a luz que brilha de dentro para fora que me atrai, que me faz querer estar perto, compartilhar momentos e trocar experiências.

Para mim, a verdadeira beleza está na alma, na essência. Na minha. Na do outro.
E é por isso que me apaixono por almas, não por caras, apaixono-me pelo que realmente importa, pelo que fica para além do superficial, banal ou trivial. Que fica depois do visível.

Só assim é possível encontrar a verdadeira conexão, empatia e a verdadeira cumplicidade!

Todos me podem “olhar” ou “observar” mas poucos conseguirão, efetivamente, ver-me ou conhecer-me.



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