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[Eu sou uma longa história, sou...]

Escreve, se puderes, coisas que sejam tão improváveis como um sonho, tão absurdas como a lua-de-mel de um gafanhoto e tão verdadeiras como o simples coração de uma criança (Ernest Hemingway)

[Eu sou uma longa história, sou...]

Escreve, se puderes, coisas que sejam tão improváveis como um sonho, tão absurdas como a lua-de-mel de um gafanhoto e tão verdadeiras como o simples coração de uma criança (Ernest Hemingway)

[ a vida a acontecer…]

Carla M. Henriques, 30.04.24
 
Não sei muito bem como começar. A fotografia de hoje deu um texto mas um texto diferente. Forcei-me a sair de casa, sem vontade alguma, para caminhar um pouco e apanhar um pouco de sol. O fim de semana foi difícil. Muito. Senti o coração bater fora do peito. Senti a dor da preocupação.
 
Cruzei-me com ela à ida para lá. E à vinda para cá. Cruzámos olhares e sorrisos. E, sem saber muito bem porquê, vi-me tentada a parar. Quis saber porque estava ali, sozinha, a contemplar o mar. Ela parecia perdida em pensamentos, a olhar fixamente para as ondas que se quebravam suavemente na areia. A sua expressão era serena, mas havia algo de tristeza nos seus olhos. Aproximei-me devagar, sem querer interromper o seu momento de reflexão, mas ao mesmo tempo curiosa para saber mais sobre aquela pessoa. Perguntei-lhe se estava bem, e ela sorriu de forma melancólica, surpresa com a pergunta e como se estivesse a reviver memórias dolorosas. Contou-me que aquele era o local onde costumava ir com o “amor da sua vida”, que já não estava mais presente. O mar era o seu refúgio, o lugar onde encontrava paz e consolo nas horas de solidão. Contou-me algumas das suas histórias e memórias.
 
Fiquei emocionada com a sua história e a sua vulnerabilidade. Percebi que, tal como eu, ela passava por momentos de fragilidade e tristeza. Que por vezes precisamos parar e contemplar a beleza que nos rodeia para encontrarmos, em alguma coisa, forças para seguir em frente.
 
A fotografia de hoje não captou apenas uma imagem, mas sim uma história de superação e esperança. Aquele encontro inesperado, fez-me valorizar o momento, o sorriso, o olhar, pois nunca sabemos a história que está por trás de cada pessoa com quem nos cruzamos no nosso caminho.
 
E assim, a fotografia de hoje não foi apenas mais uma imagem, mas sim uma lição de vida que levarei comigo para sempre, pelas histórias e memórias que me contou e partilhou comigo. No fim pediu-me um abraço e agradeceu pelo carinho. As lágrimas caíram pelo meu rosto.
 
Mal sabe ela que se havia alguém a ser grata era eu.O fim de semana estava a ser duro.A vida também.Ela fez-me sentir feliz por ter partilhado comigo aquele momento!
 
 
💖
 

Foto.jpg

 

[fotografias que dão textos …]

Carla M. Henriques, 19.04.24
Não sei quando nasceu este hábito. Quando passei a gostar de caminhar, tirar fotografias aleatórias e escrever sobre elas.
Na maior parte das vezes fico ali, alguns minutos, sem que deem conta, a observar. Imagino infinitas histórias. Crio enredos. Imagino finais. Mistura ficção e realidade.
É como se cada foto fosse um pedaço de um quebra-cabeça, à espera para ser encaixado no lugar certo.
E eu, como uma detetive da vida quotidiana, tentasse decifrar os mistérios por trás de cada fotografia capturada, por trás de cada pessoa com quem me cruzo.
Fico a pensar: Quem serão as pessoas retratadas?
O que é que estavam a fazer naquele momento?
Qual seria o seu estado de espírito?
Onde estaria o seu pensamento?
Estariam felizes?
Às vezes, as fotos levam-me a lugares distantes, onde posso viajar sem sair do lugar. Sinto o vento no rosto, o cheiro da maresia, o calor do sol a bater na pele. E então, as palavras começam a fluir, como se as histórias estivessem à espera para ser contadas. Prontas para ver a luz do dia.
Caminhar, fotografar e escrever tornaram-se uma forma de escapar à rotina, de explorar novas possibilidades, de dar asas à imaginação, de me libertar do medo. E assim, vou construindo um mundo paralelo, onde tudo é possível, onde os limites são apenas traços no horizonte. Onde existem castelos encantados. Amores inesperados. Bruxas más. Finais felizes.
As fotografias que tiro tornam-se janelas para um mundo paralelo, onde a realidade se mistura com a imaginação. Ou a imaginação com a realidade. Quem sabe?! Em cada cena “congelada”, vejo personagens e tramas que se desdobram diante dos meus olhos. Choro e rio sozinha a escrever!
Não sei quando nasceu este hábito. Confesso que não me recordo, mas sei que veio para ficar.
E eu, com o telemóvel na mão e o bloco de notas aberto, vou continuar, por aí, a percorrer caminhos e a desbravar esse universo de infinitas possibilidades e a misturar histórias e memórias, realidade e ficção, passado e presente e a criar finais surpreendentes!
Nunca se saberá em que parte da “história” estará a verdade e/ou a ficção. Ou se existirão as duas!
Quem sabe?! 🤔
💖
 
Pode ser uma imagem de 1 pessoa, oceano, horizonte e praia

[a partida...]

Carla M. Henriques, 16.04.24

Viu-o partir, em silêncio. Sentiu-o partir, algum tempo, antes de acontecer. Não sabe se partiu porque quis ou porque tinha, mesmo, de o fazer.

Sabia que uma vez na vida, daria de caras, ocasionalmente, com aquela pessoa que saberia, sem explicação, ser a certa. No momento errado. Talvez. Sim, talvez, fossem/sejam almas que se conectam, energias que se conhecem, corações que batem mais forte. Sem motivo. Sem explicação.

Como se o universo conspirasse para os juntar naquele momento específico, mas também para os separar na mesma medida. O destino parecia brincar com eles, colocando obstáculos nos seus caminhos que os impedia de ficar juntos.

Era uma daquelas situações em que a razão dizia para seguir em frente, mas o coração implorava para ficar. Havia questões a resolver. Dores a curar. E assim, entre o querer e o dever, entre a vontade e a obrigação, entre o amor e a realidade, acabaram por se afastar.

A luz da manhã tingia o dia com tons suaves de amarelo, refletindo a tranquilidade que se instalara ali. Ela ficou ali sentada, observando o horizonte serenamente. Não queria olhar para trás e vê-lo partir. Ele parou. Sentou-se a olhar. A coragem parecia falhar. Cada movimento dele era calculado, meticuloso, como se quisesse adiar o inevitável. Ela sabia que era preciso deixá-lo ir, mesmo que seu coração gritasse para que ele ficasse.

As memórias dos momentos juntos invadiram as suas mentes, um turbilhão de emoções contraditórias. Risos compartilhados, lágrimas derramadas, silêncios reconfortantes. E ali estavam eles, de costas voltadas, separados por uma distância maior do que qualquer estrada pudesse medir.

Ele levantou-se. Chegou perto dela. Ela sentiu a mão dele tocar levemente seu rosto, um gesto suave e familiar que arrepiou a sua pele. Os seus olhos encontraram-se, e por um instante, o tempo pareceu congelar. Seguiu. Enquanto ele se afastava, levando consigo um pedaço dela, ela soube que aquela conexão era mais do que uma simples casualidade. Era um encontro de almas, um laço que transcendia o tempo e a distância.

E assim, enquanto o vento carregava as palavras não ditas e as promessas não cumpridas, ela permaneceu ali, com o coração mais pesado, mas cheio de gratidão por ter conhecido aquele que, mesmo no momento errado, se tornara tão certo. Talvez ele nem o soubesse.

Mas mesmo com a distância física, sabiam que as suas almas estavam ligadas de alguma forma. E guardavam a esperança de que um dia, num futuro incerto, os seus caminhos se cruzassem novamente e tivessem a oportunidade de viver o que não puderam naquele momento.

E assim, com a lembrança do que poderia ter sido e a esperança do que ainda poderia ser, seguiram em frente, levando consigo a certeza de que aquela conexão era única e especial, e que nada poderia apagá-la.

Passariam a ser as pessoas certas.
Na hora certa.
Um dia.
Ela acreditava...

#nãoaconteceumaspodiateracontecido

Foto_texto.jpg

[talvez a vulnerabilidade seja na verdade um sinal de coragem.]

Carla M. Henriques, 14.04.24
 
Pode ser uma imagem de 1 pessoa, a praticar ioga e roupa desportiva
Há momentos em que tudo o que pedimos e precisamos é um pouco de paz. É deixar que a vida flua com tranquilidade. É não sentir, ainda que por breves momentos, um sentimento de tristeza, dor, de exaustão física e mental. É ficarmos vulneráveis. Expostos. É simplesmente sermos. Nós. Sem medos ou receios.
Sim, há momentos em que só queremos ser. Sentir. E poder ficar, ali, em silêncio, sozinhos, a contemplar o mar como se isso fosse a coisa mais difícil que tivéssemos de fazer naquele momento.
Sentir a brisa suave a acariciar-nos o rosto, ouvir o som das ondas a quebrar na costa, apreciar a imensidão azul que se estende até onde a nossa vista alcança. E deixar que as lágrimas caiam até não sentir mais vontade de as sentir cair pelo rosto.
Sim, há momentos, ainda que curtos em que isto é tudo o que queremos e precisamos.
Nestes momentos, o tempo parece abrandar, passa lentamente e as preocupações começam a dissipar-se. É como se o mar, com toda a sua vastidão e mistério, nos envolvesse num abraço profundo e reconfortante, lembrando-nos que, por mais desafios e tempestades que enfrentemos, há sempre um lugar, tão nosso, onde a calma e a serenidade reinam, fazendo dele o nosso refúgio.
É nestes momentos de contemplação, de introspecção, de silêncio que recarregamos energias, que voltamos a sorrir e que nos reconectamos com a nossa essência mais profunda, com aquela parte de nós que sabe que, apesar de todas as tempestades, dores, há e haverá sempre um porto seguro onde ancorar.
E assim, permitimo-nos apenas ser, sem a obrigação de ser forte o tempo todo, sem a necessidade de fazer ou conquistar, apenas existir em harmonia com o universo e a nossa alma.
Naqueles momentos voltamos a agradecer e seguimos, o nosso caminho, com a certeza que vamos mais fortes.
💖

[hoje é, sem dúvida, o primeiro dia do resto da minha vida]

Carla M. Henriques, 01.04.24
Começo hoje uma nova página na minha vida. Uma página que demorei a abrir. Que irei demorar a escrever. Uma página que quero preencher com muitas histórias e memórias. Uma página que quero preencher com momentos felizes.
Cada linha escrita será mais um passo em direção ao “desconhecido”, rumo a novas experiências e aprendizagens. Sem medo (apenas com algum).
Nesta página em branco, que hoje abro, com muita calma, prometo a mim mesma explorar cada canto e recanto à procura de novas cores, sabores e emoções genuínas.
Cada palavra que escrever, daqui para a frente, será a tinta a dar forma aos meus pensamentos, sentimentos, emoções e desejos mais profundos.
Que esta nova página, que hoje abro, seja o início de um capítulo repleto de auto-descoberta, crescimento e alegrias incontáveis.
Sinto que chegou, finalmente, o momento de olhar para o futuro com esperança e determinação.
Quero escrever novos capítulos, explorar novos caminhos e viver novas experiências. Quero encher esta página em branco com cores vibrantes, com sorrisos e lágrimas de alegria, com desafios e conquistas. Quero deixar para trás as lágrimas de dor, a tristeza que me consumiu durante meses, esquecer o que foi e pensar no que é.
Quero que esta nova página seja o reflexo da minha evolução, do meu crescimento pessoal e do meu desejo de ser feliz.
Hei-de conseguir!
Estou pronta para escrever a minha própria história, passo a passo, letra a letra, e tornar cada dia uma nova e eterna aventura.
E agora… sem medos, com coragem e determinação, começo a encher esta página em branco com tudo o que de melhor a vida tem para me oferecer.
Estou pronta!
Assim, com a caneta da minha alma, com o amor que me define, a seriedade que sempre procurei, embarco na jornada de dar vida a esta página em branco, transformando-a no testemunho mais verdadeiro de quem sou.
E sei que, no final, olharei para trás com orgulho e gratidão por ter tido a coragem de começar de novo.
💖
 
Pode ser uma imagem de 1 pessoa, oceano e praia