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Escreve, se puderes, coisas que sejam tão improváveis como um sonho, tão absurdas como a lua-de-mel de um gafanhoto e tão verdadeiras como o simples coração de uma criança (Ernest Hemingway)
Escreve, se puderes, coisas que sejam tão improváveis como um sonho, tão absurdas como a lua-de-mel de um gafanhoto e tão verdadeiras como o simples coração de uma criança (Ernest Hemingway)
publicado às 18:04
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publicado às 18:18
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Viu-o partir, em silêncio. Sentiu-o partir, algum tempo, antes de acontecer. Não sabe se partiu porque quis ou porque tinha, mesmo, de o fazer.
Sabia que uma vez na vida, daria de caras, ocasionalmente, com aquela pessoa que saberia, sem explicação, ser a certa. No momento errado. Talvez. Sim, talvez, fossem/sejam almas que se conectam, energias que se conhecem, corações que batem mais forte. Sem motivo. Sem explicação.
Como se o universo conspirasse para os juntar naquele momento específico, mas também para os separar na mesma medida. O destino parecia brincar com eles, colocando obstáculos nos seus caminhos que os impedia de ficar juntos.
Era uma daquelas situações em que a razão dizia para seguir em frente, mas o coração implorava para ficar. Havia questões a resolver. Dores a curar. E assim, entre o querer e o dever, entre a vontade e a obrigação, entre o amor e a realidade, acabaram por se afastar.
A luz da manhã tingia o dia com tons suaves de amarelo, refletindo a tranquilidade que se instalara ali. Ela ficou ali sentada, observando o horizonte serenamente. Não queria olhar para trás e vê-lo partir. Ele parou. Sentou-se a olhar. A coragem parecia falhar. Cada movimento dele era calculado, meticuloso, como se quisesse adiar o inevitável. Ela sabia que era preciso deixá-lo ir, mesmo que seu coração gritasse para que ele ficasse.
As memórias dos momentos juntos invadiram as suas mentes, um turbilhão de emoções contraditórias. Risos compartilhados, lágrimas derramadas, silêncios reconfortantes. E ali estavam eles, de costas voltadas, separados por uma distância maior do que qualquer estrada pudesse medir.
Ele levantou-se. Chegou perto dela. Ela sentiu a mão dele tocar levemente seu rosto, um gesto suave e familiar que arrepiou a sua pele. Os seus olhos encontraram-se, e por um instante, o tempo pareceu congelar. Seguiu. Enquanto ele se afastava, levando consigo um pedaço dela, ela soube que aquela conexão era mais do que uma simples casualidade. Era um encontro de almas, um laço que transcendia o tempo e a distância.
E assim, enquanto o vento carregava as palavras não ditas e as promessas não cumpridas, ela permaneceu ali, com o coração mais pesado, mas cheio de gratidão por ter conhecido aquele que, mesmo no momento errado, se tornara tão certo. Talvez ele nem o soubesse.
Mas mesmo com a distância física, sabiam que as suas almas estavam ligadas de alguma forma. E guardavam a esperança de que um dia, num futuro incerto, os seus caminhos se cruzassem novamente e tivessem a oportunidade de viver o que não puderam naquele momento.
E assim, com a lembrança do que poderia ter sido e a esperança do que ainda poderia ser, seguiram em frente, levando consigo a certeza de que aquela conexão era única e especial, e que nada poderia apagá-la.
Passariam a ser as pessoas certas.
Na hora certa.
Um dia.
Ela acreditava...
#nãoaconteceumaspodiateracontecido
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